1) Por que D-1 não funciona mais
- Quando o relatório chega, o cliente já foi embora ou a equipe já “trocou” margem por improviso.
- Decisão sem contexto intradia gera medidas tardias (desconto desnecessário, quebra de preço, desgaste de time).
- SLV encurta o ciclo: sinal → decisão → execução → auditoria.
2) Arquitetura mínima que funciona (prática)
- Eventos: leitura contínua do PDV (venda por minuto), estoque de loja/retaguarda, agenda promocional, pedidos e-com e fila de retirada.
- Motor de projeção: curva intradia por SKU/loja, ajuste sazonal e efeito-promo. O básico funciona com média móvel + correção de pico; melhora com ML.
- Regras de alerta:
- Ruptura projetada: “faltam X unidades para Y minutos”.
- Queda anômala de conversão por faixa horária.
- Divergência de preço/etiqueta vs PDV.
- Camada de execução: app mobile com tarefas (prioridade, checklist, SLA) + scan para confirmar SKU/quantidade + fotos (quando fizer sentido).
- Governança: perfis por função, logs imutáveis, auditoria de retrabalho, retreinamento semanal de regras.
3) SLAs que movem o ponteiro
- Ruptura crítica (alto giro): tratar em ≤ 20 min.
- Divergência de preço: corrigir em ≤ 30 min (com verificador).
- Fila de caixa > X min: abrir PDV extra em ≤ 10 min.
- Promo com giro abaixo do previsto: checar sinalização e precificação em ≤ 45 min.
4) Exemplo operacional (com números)
- Loja SP-207, 14h10–14h50 (pico).
- SKU 3321 (snack 45g) com previsão de ruptura às 15h05; alerta às 14h12.
- Tarefa: “repor 3321, corredor 3; estimativa 22 un.; impacto estimado R$1.180”.
- Conclusão às 14h26 (24 un. repostas).
- Resultado do dia: +R$1.340 de venda incremental, zero ruptura no pico; redução de 17% em “desconto corretivo” do setor (evitou baixar preço por desespero às 18h).
5) Métricas que importam (e como medir)
- Ruptura evitada intradia (% dos alertas críticos tratados no SLA).
- Delta de margem por decisão intradia (antes/depois do SLV em lojas-piloto).
- Tempo médio entre alerta e execução.
- Acurácia da projeção (MAPE intradia por categoria).
- % tarefas com evidência completa (foto/scan/log).
6) Roadmap 90 dias (pé no chão)
- Semanas 1–3: conectar PDV, estoque e agenda promocional. Escolher 5 categorias de alto giro.
- Semanas 4–6: regras simples de projeção + 4 tipos de alerta. Treinar líderes de loja em tarefas com SLA.
- Semanas 7–9: medir impacto, ajustar thresholds, incorporar fila de caixa e pedidos e-com.
- Semanas 10–12: expandir para 20 lojas, habilitar auditoria fotográfica e verificador de preço no app.
Conclusão
SLV não troca pessoas por algoritmos; troca achismo por cadência. E cadência, no varejo, paga a conta.